Poemas : 

A força de viver da razão

 
Uma silhueta assassina contornou o beco - misteriosa contradição
Entre vida e morte - Havia um raio de luar na lâmina da navalha
Empunhada na mão silenciosa,
Que batia na grade do jardim em forma de xilofone.
A música de uma banda rock independente fluía para a rua
Através dos poros dos prédios pombalinos,
O ódio agarrava a arma traiçoeira,
A noite quedou-se num grito de dor
Emudecendo o ruido do eléctrico
Que passava em final de carreira.
Mas não abafou o som do metal a rasgar a carne.
No chão um corpo num diluvio de sangue.
A cidade foi desventrada pelo eco das botas cardadas em fuga,
A covardia misturou-se com os indigentes, os bêbados, as prostitutas, os
sem-abrigo,
Na luz esmorecida do largo do Rossio.
Quem alguma vez pensou que estancava a dialéctica da ideia
Matando,
Nunca entendeu a força de viver da razão.


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Sedov
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 10/09/2012 14:49  Atualizado: 10/09/2012 14:49
 Re: A força de viver da razão
Nunca deixar a razão pela emoção, belo poema

Enviado por Tópico
cleo
Publicado: 10/09/2012 17:27  Atualizado: 10/09/2012 17:27
Usuário desde: 02/03/2007
Localidade: Queluz
Mensagens: 3731
 Re: A força de viver da razão
É difícil comentar algo assim.
Lê-se e gosta-se de imediato.
Quer-se dizer qualquer coisa mas as palavras não vêem...

Belíssimo momento poético!

Obrigado!