Dobrei todas as esquinas do tempo,
Sobe pesadas gotas de orvalho,
Entre os ramais solta se um vento que parece falar!
Será sombra ou tormento,
Ou será que é a brisa que anda lá fora a cantar?
Andei como poeira sobre as folhagens,
Foi chuva de inverno numa noite sem parar,
Dobrei todas as esquinas do tempo,
Foi criança solitária numa rua a chorar.
Dobrei todas as esquinas,
De uma página sozinha em branco,
Passei para lá de uma montanha,
Em busca de um horizonte distante,
Foi deixando para tráz a brisa e o vento,
Foi sozinho dobrando todas as esquinas do tempo.
JOsé Costa Pensamentos Profundos