Parece que esquecestes de nós,
esquecestes que a água é nossa maior riqueza.
Observo o horizonte...
busco por uma nuvenzinha...Branca...
Escurinha, nada existe...onde a vista alcançar.
Enquanto, cismo a pensar.
Minha alma pioneira, busca em meu âmago.
arranca de minhas entranhas, um modo
de fazer a chuva chegar.
Meus pensamentos me levam ao tempo,
de meus ancestrais.
E relembro, quando certa vez,
a chuva demorou a chegar.
Então, revejo, a terra sedenta,
caminhos poeirentos.
Já nada havia por esperar.
Só baixar a cabeça, desistindo da vida,
ou expressar de forma valente,
uma prece ao Ser Maior.
Dizendo de forma eloquente,
que, nunca...que jamais...
Iriamos nossa esperança, abandonar.
E logo, meus irmãos
Expressam de forma altaneira,
e ao redor da fogueira, numa noite de verão.
Iniciam uma dança ritmada,
batendo de forma ordenada os pés no chão.
Entrando noite adentro, varando a madrugada,
mais um dia , outro dia, mais uma noite,
outra madrugada...
Sem que alguém deixasse a roda,
dançavam, já fatigados, porém,
dali só sairiam quando a Chuva
deixasse, toda a terra molhada.
E quando o Ser Maior, ouviu as suas preces,
permitiu que a chuva os abençoassem.
A Dança da Chuva nesse momento cessou,
E outra dança iniciou, era a Chuva do Amor
que, com o coração toda tribo dançou.
Em agradecimento ao Criador.
E nesta singela poesia, quero expressar minha prece.
Manda Chuva, Senhor!
Pra regar as plantas, os pastos, lavar as cidades,
purificar o ar, refrescar todos os lugares.
Abençoai, Senhor, cada pomar,
cada lavoura, pois, do fruto do campo,
vive o homem da cidade.
Fadinha de Luz
Maria de Fatima Melo (Fadinha de Luz)