O COQUEIRO DO BOSQUE
O belo coqueiro, lá do bosque,
que fazia a sombra, lá no quiosque,
que tantos nossos beijos assistiu...
A grande árvore, do vale encantado,
hoje, e só uma lembrança do passado,
a tempestade da noite, não resistiu.
Tantas, lindas tardes passamos lá,
onde cantava sempre um pássaro, o sabiá,
tantas alegrias, em seu olhar percebi...
Enquanto sobre o amor me falava,
lá em cima, um passarinho cantava,
fazendo um coral, o canário, o benteví.
O coqueiro, que abrigava os pardais,
lá naquele bosque, não existe mais,
uma bela árvore, a natureza perdeu...
Os ternos momentos, de tanta ternura,
amorosos olhares, prometendo a jura,
como o coqueiro, também já morreu...
Hoje, nem a árvore, nem o passarinho,
só o que restou sou eu, aqui sozinho,
e o que ninguém pode ver, a lembrança...
Imagens que continuam vivas na mente,
sinto, que estão vivas no presente,
as belas tardes, dos tempos de criança...
GIL DE OLIVE