Minha rotina assemelha-se a um pirilampo:
Acende e apaga... acende e apaga... acende e apaga...
Em brevíssimos intervalos penso nas migalhas
Que o tempo concede para livrar-me dos desencantos.
No “status-quo” em que o social hiberna
Há uma avalanche de folhas que o vento sopra
E mesmo que o verde seja um retrato de outrora
Ainda há quem adormeça à espera da vida eterna.
As horas consomem em crediário os minutos
E quando há gritos que parecem insultos
A rotina se mantém estéril perante sua doutrina...
Há vales secos e cerrados dantescos e úmidos
Em que a brisa trata com carinho o húmus
Donde se extrai o pólen de uma sensibilidade híbrida!