Apresento-vos algo que é blasfêmia: a ingratidão!
Sois vós reverenciados por vossos beneplácitos?
Deveis reconhecer primeiramente os valores de outrem...
Mergulhais nas águas turvas do hediondo egocentrismo
Quando buscais pôr em evidência vossos talentos,
Então vos esqueceis de enaltecer a sensibilidade alheia...
Na ânsia insana de servir para cultivardes as lembranças
Atropelais pelas estradas da vida quem um dia vos serviu,
Engavetais no íntimo o egoísmo afoito que vos seduziu
E fazeis do divino agradecimento o veneno de vossas andanças...
O caráter ereto exige que semeeis a flor do reconhecimento...
A lua do sol é a mesma, mas a intensidade muda,
Não vos preocupeis em ser a medida exata que governa a luta,
A ingratidão é erva daninha que macula deveras o sentimento
E provoca em vós o amadurecer precoce do envelhecimento!