O vento açoita-me fortemente o meu peito,
com a raiva incontida de noites de tempestade,
no meu coração enfraquecido pela saudade
e alma sofrida pela desilusão!
Estremeço a cada rajada,
que me fustiga o mais profundo de mim,
suspiro na ânsia que a dor me provoca,
em me libertar deste flagelo;
Desfaleço-me na incapacidade
de me revoltar!
Desperto desta letargia infligida,
grito ao céu que me ouça,
que me devolva a alegria do meu viver
e me faça esquecer
a escuridão dos momentos,
das noites de silêncio
e me deixe ser abraçado
pela suavidade do manto azul do luar!
Cala-se o vento,
Sossega-se-me o coração,
Acalma-se-me a alma,
O luar anima-me em seus braços,
Deixo-me levar nas asas dos sonhos.
José Carlos Moutinho