Como ave noturna
Sobrevôo teu leito
E sem receio aguardo o tempo
A espera de poder te habitar
Aderindo em teu corpo
Que s'entranha no meu,
Doce, quente e suado neste pertencer,
E desfrutar teus gostos e sabores por inteiro
Percorrer teus caminho desvairadamente
Quase enlouquecendo de desejo e prazer
Por onde me deleito e aconchego
Concretizando tuas fantasias que desvendo,
Inspirando meus momentos de poesia
Qu'em meus devaneios sinto me levar
D'encantos irresistíveis
Onde o paraíso sei em ti vou encontrar,
Nos teus lábios que são fogo em minh'alma
Acendendo esta paixão insaciável
Que por vezes parece me matar
Sufocando minhas defesas
Sem qu'eu possa recuar...
E neste desejo latejante
Em que sou refém delirante a espera do teu amor
Extrapolando minhas veias a flor da pele
Como se arrancando minha entranhas
Como ciclone debastador
Tamanha intensidade com que me domina
E então sinto que vou fraquejar
Diante deste sentimento qu'está
Onde as mãos não alcançam
E não posso arrancar
E menos ainda evitar
Expondo minhas carências, resistências
e a fome que sinto em ser tocada e te tocar
Beber do teu beijo dafado e perverso,
sedento e diverso inquietamente a me percorrer
A me tomar completamente
E me torturar já de saudade
Molhando minh'alma indefesa de ti,
Tão profunda e intensamente
Que desfaleço ao menor suspirar,
Porque sei que sou tua como depende a vida do ar
E não há mais como fugir ou sequer duvidar.
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Re: NOTURNA
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