Nas gotas das primeiras chuvas lavo a essência
Refresco então a minha emoção seca pelo calor do verão
Que dizer à leveza da chuva, senão que é bela
Apesar da mancha amarela que deixa na minha janela
Que dizer ao vento manso que desloca o manto denso
Nuvens negras, viajantes nos céus temidos na terra
De que têm medo os homens, nuvens são nuvens
Pedaços de algodão imagino assim, será contradição
À sua passagem a lama levanta-se do chão
Ao longe onde habitam os meus sonhos há uma lagoa azul
Tenho medo meus deus que se despeça do sul
Rume para terras distantes onde o homem não tenha lugar
Quem sabe o amarelo na chuva acabe por definhar
E as altas chaminés, os escapes dos carros, lixo nas marés
A lama que hoje se levanta à passagem da chuva
Soterre para sempre a inercia e chuva seja só chuva.
Poesia de Antónia Ruivo
http://porentrefiosdeneve.blogspot.pt/
Era tão fácil a poesia evoluir, era deixa-la solta pelas valetas onde os cantoneiros a pudessem podar, sachar, dilacerar, sem que o poeta ficasse susceptibilizado.
Duas caras da mesma moeda:
Poetamaldito e seu apêndice ´´Zulmira´´
Julia_Soares u...