Oh, deram-me um ósculo.
Bem no canto da minha face.
Sobrepujada de remorsos.
Aqui estou, jazido entre ossos.
Ornaram a noite, com o réquiem nefasto.
Meu corpo em movimento- desajeitado-
obrigado a dançar, a dança dos condenados.
És a dança dos mortos.
Temida por teus rituais macabros.
Deram-me o beijo da despedida.
Despedida da minha vida.
E agora aqui estou, sendo beijado pelos mortos.
Alienados, em busca da luz.
Ofuscada pelos teus pecados.
Que apodrecem na cruz.
Atormentando-lhes pelos dias inacabados.
Façam jus a luz.
E aqui estou sendo beijado.
Por mortos atormentados.