Chove lá fora e aqui faz tanto frio...
Onde está o calor que me aquece
E o suor que de mim respinga nas horas tantas?
A chuva faz meus dentes trincarem
E no vento gélido que bate em meu rosto
Há o tremor que arrepia a pele úmida...
Mãos engelhadas que parecem dobradiças
Travestem suas linhas de pontos obscuros
E quando a luz se apaga tateiam o escuro
Em busca de uma vela para apaziguar a preguiça...
A noite é longa e o silêncio é vendaval...
Ouve-se o coaxar dos sapos e o brilho dos pirilampos
Que com suas lanternas alumiam os campos
E em ziguezagues driblam pedaços de tempo
Semeando migalhas que acendam os sentimentos!