Torno-me distante, quando a tristeza invade-me o ser
E arrasta-me entre as horas que não quero ver
Horas que julgo o ultimo momento não ter
Nessa eternidade em que penso não existir nem viver
Torno-me distante, não por não ter vontade de dizer
O quanto me fere a simples idéia de sofrer
Torno-me distante, pois a luta que vivo em meu ser
É maior que o silencio que envolve o meu viver
Torno-me distante, ao caminhar sozinho
Por entre uma multidão errante
Julgando-me o mais puro dos passantes
E descobrindo-me o mais frágil dos amantes
Torno-me distante, tão distante quanto tuas mãos
A me afagar a face em profundo e inacabável pranto
Num silencio tão doce quanto o mais doce dos encantos
Que me trás de volta à vida,
A mesma vida que já não mais me encanta