Já não é sonho o que na realidade assaz me cutuca
E me torna andarilho das madrugadas o pensamento,
Sob as vestes aveludadas da nostalgia me atormento
Ao oscular tua moldura em minha fantasia de açúcar.
Teu semblante me conquista diante do espelho da solidão
E me faz caminhar pelas ruas de uma saudade sem nome,
Nas areias de um deserto insosso uma vontade me consome
Que é rasgar no tempo as intempéries da imaginação.
Sem teu retrato fico incólume e perdido das reminiscências
E ao aspirar as flores que orvalham minha consciência
Teu perfume se esvai pelos subterrâneos da infecundidade...
Com tua fotografia alimento minh’alma e não morro de inanição,
A sede de te amar é o alicerce que vivifica meu coração
Que trota em descompasso à espera de tua reciprocidade!