Sou pedaço de terra
Celeiro de palavras que crescem
Espalham-se pelo chão, desfiguradas.
Emaranham-se entre si,
Faço frases no quintal
Jogo-as nas calçadas.
Onde pisam os homens sós,
Alienados pelo tempo.
São palavras que sangram
Na ponta dos dedos,
Arrancadas sem piedade,
Desabitadas dentro de mim,
A minha poesia é frágil,
Ela se derrama em vendavais
Ousei sonhar um dia
E me deram arsenais.
Os meus versos são de dor,
Mas, um dia foram rimas,
Soterraram meu sorriso
E me acusam de ser triste,
Não sei o que sou,
só sei que não sou
o que eu sei…
que me nega.
Nunca pensei ser
coisa que anda,
nem coisa que geme,
que me cega.
Já pensei ser,
as causas do caminho
eu que sou estradas,
que se perdem.
Habito à tarde,
a mente me leva,
ma...