Sonetos : 

Em Busca de Liberdade

 
Horas magras, doídas, obtusas
batem na torre da Igreja,
horas tristes, veladas, confusas,
no Coração de quem sofre, Deus os proteja!

Gente fria, frustrada, sem Paz
à deriva pelo mar da existência,
gente dura, sofrida, incapaz,
sem Amor, em decadência!

É esta a raiz da minha gente
neste Alentejo tão fechado
onde ninguém vê o que sente:

e Eu, sempre tão diferente, sempre sem Ar,
fugi à foice, ao machado,
fui ser Livre, fui Amar ...


Ricardo Louro
Évora




Ricardo Maria Louro

 
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Ricky
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 16/08/2012 20:51  Atualizado: 16/08/2012 20:51
 Re: Em Busca de Liberdade
Gostei desse seu cantar, ao início em forma de oração e no fim liberta-se para viver o amor.
Lembrei-me do poema de F.P no poema "Ela Canta, Pobre Ceifeira" quando diz que ela canta e sofre sem saber...


"Ela Canta, Pobre Ceifeira

Ela canta, pobre ceifeira,
Julgando-se feliz talvez;
Canta, e ceifa, e a sua voz, cheia
De alegre e anônima viuvez,"
(F.P)



"É esta a raiz da minha gente
neste Alentejo tão fechado
onde ninguém vê o que sente:"

Abraços
Luzia


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 16/08/2012 22:58  Atualizado: 16/08/2012 22:58
 Re: Em Busca de Liberdade
Gostei muito da essência deste soneto, do sentir de quem conhece a fundo a sua gente. Eu também tenho as minhas raízes no alentejo, embora florisse para os lados do Estoril, e por isso reajo assim, com particular interesse, ao teu belo poema. Parabéns, Ricardo.


Enviado por Tópico
miriade
Publicado: 16/08/2012 23:09  Atualizado: 16/08/2012 23:09
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Localidade: Brasil
Mensagens: 2171
 Re: Em Busca de Liberdade
Uma linda melodia em soneto, seu canto à liberdade.Parabéns,


Carinho, Lu