Rio sujo de lixos,
De álveo feito lixão!
Que corre, carregando os vícios
Dos bueiros, a podridão...
São Paulo te é tão cara,
Como também, a população
Que cospe no teu leito e escarra
Toda uma vil poluição...
“- De dejetos, sou alvo!”
Grita o rio, em comoção!
E inquire, em riste, os papalvos:
“- Que fizeram desde então?!”
Inda diz: “- Tive belas paisagens,
Hoje sou só desolação!”
Alço a vista, que imagens
Que causa em todos, repulsão...
Piratas te cruzam as águas!
E deslizam no cartoon a chorar...
Carregam consigo tantas mágoas
De ver a poluição avançar...
É tanta a turbidez
Que vem, no teu álveo, assentar!
E fixada em tão grande lividez
Inda a garoa vem te fustigar...
São-te, as cidades, doenças,
Vês?!...São descargas a despejar
Todo o lixo, a maledicência
Que as tuas águas vêm compuscar...
Ainda sonho ver-te novamente,
Esplendoroso rio, a passar...
A passar por mim tão contente
Correndo redivivo para o mar...
(® tanatus - 22/03/2010)
a celeridade com que as grandes indústrias, o poder público e a população em geral (sem conscientização ecológica) agridem a natureza me dá medo...