Eu, ébria, louca, alucinada.
Quem dera,
Pudesse traduzir tanto silêncio,
Silenciosamente, tocasse a alma do vago,
O uivo que habita este espaço.
A margem gelada deste rio,
Que chorando arrasta-se no escuro breu,
Na noite vã…
Na total escuridão da verde folha,
Na sublime, agonia, que este querer
Faz tremer minha carne…
Quem dera, pudesse,
Beijar a boca da apneia,
Cair nos afagos do somente,
…E como quem na verdade sente,
Caísse trêmula, apenas somente…
(Ednar Andrade).