Preciso tanto de amor
E ninguém consegue enxergar
Vivo tanto a me doar
E ninguém pra me olhar os passos
Ou sequer se solidarizar
Às dores e solidões que carrego
E que às vezes se tornam fardos pesados
Pra sozinha carregar...
Agora sinto que tudo se finda
E não tenho mais o que buscar,
Não espero mais nada
Sigo minha caminhada
Apenas para m'encontrar
E partir inteira e coerente
Com minhas meus tesouros
Mais preciosos e profundos,
Os mesmos daquele mundo
Que um dia desenhei
Conservando na minh'alma,
Mesmo que uma sombra,
Mas exata onde me orientar...
E o rio da vida, sei que vai continuar
E desaguar em novos mares
Por onde mesmo que naufrague
Um dia encontrarei
Um porto para descansar...
Os dias passaram rápido,
As esperanças foram tantas,
E as lágrimas secaram sem avisar...
A angústia me acompanha
Numa dor tão estranha
Que não posso partilhar
Além do frio que dentro de mi congela
O pouco que sobrou d'outras primaveras
Que não mais poderei desfrutar
Quando o inverno que se instala
No adeus então me calar.