UM TRECHO DO LIVRO: http://www.editorabarauna.com.br/refl ... lgo-de-humano-no-ser.html
Relendo partes desta valiosa obra, mais uma das incontáveis vezes que já o fizera, mostrou-se revoltado e inconformado, mais uma vez, por considerar incompreensível que uma frase dita com tanta sabedoria, como era característica de tudo o que Cristo dizia e fazia, ser usada de forma tão leviana e muitas vezes até indiscriminadamente: “Se alguém te esbofetear na face direita, ofereça-lhe, também, a esquerda”, porque ele foi bem claro que tal atitude deveria ser tomada quando se estivesse encurralado e a mercê do homem mau (Não resistais ao mau... se algum te obrigar a ir uma milha vá com ele duas..-Matheus-) e, compreendendo qual seria o seu real significado, chegou a conclusão de que o homem mau, quando tem alguém em seu total domínio, fica esperando uma reação e até mesmo provocando a sua presa para que reaja a fim de sentir mais prazer em suas práticas perversas, posição que é sempre defendida por alguns dos mais renomados psiquiatras, que vem a público pronunciar e opinar, toda vez que algum crime executado com requintes de estrema crueldade é praticado, provocando uma comoção pública, e que tem a sua ocorrência mostrada, relatada e discutida pela mídia. Percebeu que havia uma diferença muito grande entre eles que residia no fato de que Cristo não ter precisado sentar-se em nenhuma carteira escolar, nem ter nenhum mestre ou professor, inclusive tendo tal momento de sabedoria há aproximadamente dois mil anos atrás, e os psiquiatras tiveram que estudar durante vários anos de suas vidas e destrinchar os trabalhos de Freud, que incluía a sua teoria de que eram as repressões sexuais, sofridas desde a infância, que causavam os conflitos histéricos nas mulheres, Bezerra de Menezes, Egas Moniz e Walter Freeman com suas aberrações ocasionadas através de suas experiências com a lobotomia que para executá-las se valia da utilização, como instrumento cirúrgico, de um picador de gelo que era introduzido, aplicando-se apenas uma simples anestesia local, com batidas de um martelo, por cima dos globos oculares dos pacientes, aproveitando suas cavidades naturais, e que poderiam até mesmo ter minimizado a agressividade em alguns casos, mas também eliminava as emoções e transformava o paciente em um zumbi totalmente apático.
Direcionou a sua atenção para um exemplo em que Cristo demonstrou não ter agido com tanta passividade, como muitos insistem em colocar na passagem apresentada anteriormente, ao expulsar os vendilhões do templo, valendo-se de um chicote, e deve ter tido esse procedimento porque se sentia dono da situação e não lidando com homens maus. E para outro momento em que agiu com extrema passividade, até ficando emudecido por completo, ao ser questionado sobre o que era a verdade porque sabia que os seus interlocutores não estavam preparados para ouvir o real significado do que fora perguntado e se ouvissem aquilo que não queriam, com certeza, suas torturas pelos homens maus teriam sido muito maiores do que aquelas que já estavam provocando feridas e dores insuportáveis pelo seu corpo inteirinho. Na expressão de sua mudez talvez tenha deixado implícita uma frase que se tornou célebre: “A verdade dói.” E se tivesse respondido os seus sabatinadores seriam atingidos em cheio e tomados por uma dor extremamente excruciante, não no corpo, mas dentro de suas próprias almas (se é que as possuíam.
(Pierre da Gama - www.pierredagama.blogspot.com)
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