Todos os dias, nalgum lugar,
da varanda, fico a esperar.
Um visitante querido, que ficou
de retornar.
Qualquer ruído no portão,
me alerta o coração, mas, me esquivo de olhar.
Aguardo a bela surpresa,
que um dia, há de chegar.
Varias vezes é apenas o vento,
que sopra forte, só pra me assustar.
Quando ouço os guizos,
do portão a tocar.
Todos os dias, algumas tardes,
bem banhada, bem cheirosa,
usando um extrato de rosas,
aguardo na varanda.
Se ouço um trotar de cavalos,
fico esperta, fecho os olhos,
rezo que seja tu,
e o teu alazão a chegar.
Então, imagino,
prenderás o Alazão no mourão do portão.
Que fará os guizos soar.
Fico então cheia de emoção.
Toda faceira, me levanto,
passando levemente as mãos nos folhos do vestido.
me arrumando, como se fora de improviso,
que estava, descansando na varanda.
Abro os olhos, e o que vejo?
Meu garboso cavaleiro,
com uma rosa nas mãos,
Como uma mesura, beija a rosa e ma oferta.
És, um lindo cavaleiro e tão sedutor.
E penso!...Acho que a espera foi tão longa.
Logo, porém noto que de tuas têmporas,
alguns fios grisalhos, desponta.
Observo o teu porte esbelto, elegante.
Há um brilho efervescente, em teu olhar.
Há tanto que te espero,
que, almejo que, jamais hás de me deixar.
Essa minha espera valeu a pena.
E agora meu coração, só deseja celebrar.
Nos beijamos longa e avidamente,
Pra em tempo algum jamais nos separar.
Fadinha de Luz
Maria de Fatima Melo (Fadinha de Luz)