No canteiro dos meus sonhos
repleto de malvas e açucenas,
deixo semeados sentimentos
regados por saudades mais amenas!
Saudades, muitas saudades,
d'um Amor profundo que partiu,
vaidades, tantas vaidades,
que levaram esse Amor que mentiu!
E amanheço sempre o dia
numa fria-claridade
envolvido em mágica Poesia ...
E quem não sentiu?!...
Quem, na madrugada da cidade,
já não chorou, escreveu e dormiu? ...
Ricardo Louro
Évora
Todos temos sonhos semeados numa qualquer terra por vezes não muito regada de equilíbrio. Projecção no outro!
Todos temos canteiros ressequidos, plantas que nao crescem, flores que não medram...
Todos nos iludimos e desiludimos na idealização do outro e na eterna espera do que há-de vir enleado num desejo obcessivo ...
Resta no fim, e como percepção final, tomar consciência das ilusões vividas, para regar esses canteiros com sentimentos aceites e emoções entendidas, e aí, plantar novas esperanças, desta vez conscientes, profundas, verdadeiras ... e eis que a Vida se revela!
Ricardo Maria Louro