Eu sou sem.
Mário de Andrade foi
e será mais de trezentos.
Sou sem-amores
descendo escadas.
À mesa, finas bolachas
para servir a ninguém.
Traço a sina nordestina
nos calos das mãos e dos pés.
As flores de cactus,
são ofertas doadas
aos deuses da chuva.
Entregam-se as mãos,
ao ritmo dos pandeiros
e bandolins.
Eu sou sem nada
colado ao corpo.
Sopram os ventos do norte,
as saias desbotadas,
penduradas nos varais.
Poemas em ondas deslizam nas águas.