Hoje o dia aparenta ser tranquilo
Passei no largo da igreja estava vazio
O ar seco e tórrido afugenta passantes
Mas nada é como antes
Por detrás das portas fechadas a vida ruiu
Tantas as casas vazias, na tranquilidade aparente
Medito no agora restrito, solidão eminente
O meu pensamento por hora atraiu
Um pombo que esvoaça de pedra em pedra
Cinzento e branco, brancura que assemelha
As fachadas do casario baixo, a calçada envelhece
Nos beirais as teias de aranha envelhecem
A cidade adormecida no suão do verão
Estica-se ao sol e as portas permanecem
Fechadas, e se eu fechasse o coração
Se deixasse de pensar teria paz
Como? Pensarei por ventura
Que uma fria fechadura é a solução.
Hoje o dia aparenta ser tranquilo
A mim cabe a decisão de segui-lo
Não vendo, não sentido, evitar o vazio
Mas como se o vazio é propicio ao estio.
E o calor tem em mim efeito contrário
Como que por condão atiça o meu imaginário.
Poesia de Antónia Ruivo
http://escritarubra.blogspot.pt/
Era tão fácil a poesia evoluir, era deixa-la solta pelas valetas onde os cantoneiros a pudessem podar, sachar, dilacerar, sem que o poeta ficasse susceptibilizado.
Duas caras da mesma moeda:
Poetamaldito e seu apêndice ´´Zulmira´´
Julia_Soares u...