E agora repousa o seu corpo nu deitado no terreiro de seu quintal
Homem crescido. Olhando pro Céu olhando as estrelas na noite gelada
Nem se importa; menino novamente , por um instante,deseja ser
Lembrando... lembranças de moleque. Nomeando estrelas com a ponta dos dedos
Montando na mente gangorra na Lua. Era um novo super-herói qualquer, de seu universo
Movia com super palavras, planetas imaginários para perto de si
E o povoava
E o civilizava
E também protegia os animais
Astronauta, quis ser
Mas não deu. Tinha medo de altura. Todo super-herói tem seu ponto fraco
Fazer o que?
Paciência . Não deu dessa vez!
E virou um rapaz num tempo muito veloz
Estudar, trabalhar, e até namorar
Mas comprou sua luneta
Sem os seus segredos noturnos não era possível viver
E já o chamavam de aluado
-- Alô Terra chamando Aluado !!
Nem ligava. Era um prazer não se sentir preso a este lugar
Mas sim, a um lugar promissor de recomeço, de liberdade
E Aluado, digo, e o rapaz adormeceu seu sonho por um tempo
Pois logo logo seria pai. Casado há dois anos, vida nova iria ter de enfrentar
Muitas contas para pagar, esposa e lar para cuidar
Agilidade para aprender coisas de sua lida, a sua profissão
Adivinhem; Médico. Doutor !
Nada a ver, nada a ver
Mas foi em frente. Sempre foi direito e consciente de suas obrigações
Um homem contente, até; bem sucedido, boa família, sua boa poupancinha
Contudo, porém, todavia
Em cada noite que ele deitava na sua cama
Sua mente dificilmente adormecia
Pensava ainda, no dia tão esperado
De sua sonhada tão aposentadoria
Realizar o seu antigo sonho, merecidamente realizado
Que era nada mais que deitar no terreiro de seu quintal
Estender os braços abertos, e de olhos virados pro céu
Ficar sorrindo, pensante e calado
Super distante do mundo. Super distante de tudo. Super-Aluado.