Não vejo nenhuma razão
para que não sejamos
eternos.
Só há transformação,
no mundo real,
a pouca perda,
quando ocorre,
ainda assim,
é discutível.
Para onde vai
a Inteligência?
Estará ela
colada de tal forma
à Consciência,
que se esvaem juntas
tal qual o pó
ao qual o corpo
irá, como previsto
e maldito,
retornar?
Mas não será isso
semear?
Não estarão os seres
que habitam o Nada
transportando relações
de um canto para outro,
e, dessa forma,
derrubando
pedaços de Memória
pelas ruas do tempo,
onde fantasmas errantes
tentam desesperadamente
encontrar
o caminho de volta?
Porém,
também sinto
que não há volta
no universo finito,
a lei do carma
impõe
a curva da espiral,
a qual não passa
de paralelas
metidas a besta,
separadas pela força
magnética,
que se inverteu
depois
de tantos milhões
de milênios
de espera.
Ventos chorosos
repuxam as velas,
mudando a direção
da barca da vida
e as flechas atiradas
um pouco antes
acabam não pondo fogo
em nada,
já que caem
no vasto oceano
infinito,
onde nadam as dúvidas
e as sereias.
todas brilhantes,
capazes de confundir
a mente
e elevar
os hormônios.