Meu amor...
Não irei mais chamar-te assim,
Eis a despedida do nosso tratamento,
Hoje compreendi que chegou ao fim
A ilusão que patenteou nosso relacionamento.
Dei-te flores, colhi espinhos...
Tua frieza congelou-me a alma,
Em tua mão percebi que a palma
Já não trazia o mínimo de carinho.
Minha amiga...
Esta é uma forma deveras pejorativa
E odiarei tratar-te desta maneira,
Melhor que te afastes, não me sejas companheira
De uma amizade que perdeu suas nuances atrativas.
Meu olhar...
Quando visualizares meus olhos,
Neles perceberás quão forte é meu desprezo,
Levo nosso convívio ao inevitável enterro
Que buscaste ao distribuir-me abrolhos...
Se sofro com tua indiferença?
Que importa a ti o que comigo se passa?
Tiveste de mim atenção que te dei de graça,
Agora meu coração endureceu e em ti não mais pensa.
Sê apenas minha colega, infelizmente...
A convivência exige de nós sintomas de respeito,
Não foi possível congratular-se num elo perfeito,
Então que cada qual siga seu destino para sempre...
Adeus...
Que a felicidade bata à tua porta,
Querida foste enquanto me amaste...
Já que outros caminhos procuraste,
Faço da solidão amante de minha aorta!