O Povo canta com muitas devoções,
à Senhora da Orada,
antigas Orações
que se ouviam no Convento
e que ainda hoje estão
na memória destas gentes,
no seu Coração,
como preces p'ra chover,
cantos-preces em oração ...
Óh Senhora, tende perdão,
canta o Povo do Outeiro
no fim da Procissão ...
Águas, Senhora, Misericordia,
tende compaixão!
A plantação declina,
já não há pão,
a terra perece da Séca,
te rogamos Senhora, perdão!
Senhora d'olhos clementes,
Senhora dos pés ungidos,
Senhora dos crentes,
Senhora dos desvalidos:
diante de vós noss'Alma prostrada,
Alma do vosso Povo,
protegei-a hoje e sempre,
óh Senhora da Orada!
E como pregão
se escutam vozes na igreja,
fortes, altivas de expressão,
que a Senhora da Orada,
de roxo vestida, de branco adornada,
olha o Povo sorridente,
dá-lhe a benção, a unção,
e pondo-as junto ao ventre,
de novo recolhe as suas mãos!
Ricardo Louro
Outeiro/monsaraz
Versos escritos aos antigos preces que se faziam cantados no Convento de Santa Maria da Orada de Monsaraz em tempo de Séca. Ainda hoje, o povo do Outeiro em monsaraz, os mantém na sua tradição. É assim a Alma Lusitana que habita o nosso Povo, Alma Templária e crente na intercessão da Virgem Santa junto da Santissima Trindade.
Ricardo Maria Louro