Talvez minhas palavras
não sejam suficientes
para compreendê-lo, consolá-lo.
Dizes: Não sabes a dimensão
do meu sofrimento,
a agonia das minhas horas
nem a dor que dilacera o meu ser.
O fardo é pesado,
a caminhada é longa e espinhosa.
Então eu digo - amigo,
a tua tribulação pode ser imensa,
a tua dor insuportável,
o teu desencanto intenso!
Não, não compreendo
a lança cravada em teu peito,
o espinho sobre tua fronte.
Não compreendo
o sangue que escorre das tuas feridas,
o escárnio que tu sofres,
o madeiro que levas sobre teu ombro.
O abandono dos teus irmãos
no momento mais difícil da tua vida,
a tua caminhada solitária rumo ao Gólgota.
Não, eu não compreendo
O fel que bebes,
as tuas mãos cravejadas,
as lágrimas que banham
teu rosto ensanguentado!
Não compreendo - amigo!
Sei, amigo, isto eu sei,
alguém um dia passou por tudo isto
e pagou em teu lugar
a tua dívida.
Jadson Simões