Às margens de tua face orvalhada
Pelo rio de lágrimas que te inunda,
Meus dedos percorrem tua tez úmida
E evitam o transbordar da enxurrada.
Na foz que se forma há desejos sufocados
Por delírios transeuntes que ficam reprimidos
E que boiam num leito carente em que gritos
Navegam na esperança de encontrar o colo amado.
Vertentes do olhar sombrio chacinado pela dor
Lutam em busca de reverenciar o grande amor
Que se camufla sob as águas da nascente...
Tédio vaporoso inspira o crepitar da chama
E a paixão arde num coração que se inflama
Mergulhado no torvelinho de um fogo incandescente!