Certa vez nasci Poeta
gerado no ventre de minha mãe
e esse punho d'Asceta
envolveu meu Coração
em águas-turvas-sem-retorno,
águas-de-Solidão!
Escrevi tanto a tanta gente,
páginas e páginas sem-Tempo,
eram palavras de quem sente
à solta pelo vento ...
Palavras que ninguém leu, perdidas,
nas folhas-do-esquecimento!
Mas talvez um dia as reencontrem,
perdidas, na noite-dos-Tempos,
talvez um dia as recordem
trazidas por Novos-Ventos!
Ricardo Louro
no largo de Camões
no Chiado de Lisboa
Ricardo Maria Louro