Nas ervas de meu herbário sagrado
Busco a essência que possa o tempo parar
Para deter a morte, como um rei do pecado
E fazer a idade no tempo voltar...
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Não sou bruxo, mas prático este credo
Peço a meus oráculos ajuda e concentração
Para buscar no espírito algo que não medro
E sentir novamente o pulsar de seu coração...
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Vou com isso opondo-me a natureza
Sei que luto com essas incógnitas sozinho
Por quê minhas alegrias um dia tornaram-se tristezas
E eu acabei chorando no meio do caminho...
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Na vida se encontra obscuro o irremediável
Como ás horas e o relógio, que trocam amor e juras
A lua e o sol se encontram no inalcançável
Para trocar um beijo astral, caricias e ternuras...
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O acaso faz um encontro secreto com a sorte
Não lhes interessam se é noite ou o dia a despertar
Confabularam várias vezes, e lhe sentenciaram à morte
Mataram também um sorriso, só sobrou este penar...
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Fico triste quando fixo meus olhos no poente
O sol despede-se em um rito melancólico de partida
A noite chega fria, e castiga forte meu cociente
E leva-me a outras lembranças da minha vida...
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Mas mesmo assim outras poções elaborei
Cheguei decano ao grande momento
Encontrei-me com a morte quando cheguei
Reivindiquei o que ela levou para o esquecimento...
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Amor, mesmo agora que tu estejas em todos os lugares
Seguirei-lhe até onde a vida se finda
Tenho a fórmula para quando te encontrares
E estarei indo ao teu encontro para dizer-te –bem vinda-...