Poemas : 

Rabo de galo-Lizaldo Vieira

 
Rabo de galo- Lizaldo Vieira
Naqueles dias
De tempo ruim
Resfriagem pra tudo que é lado
Garganta ameaçada
Enferrujada
Gripe se animando
Voz embargada
Pra começo de conversa
Nada de frióta
Pra esquentar o papo
No botequim de zé bodega
Vale tudo
Topa tudo
Por bom gargarejo
A solução é rabo de galo
Com tira-gosto de engasga gato
De mandar ferrugem
Com sua friagem pro espaço
O remédio certo
Tá naquele barraco insalubre
Do Zé Evancio
Velho tinhoso
Encabulado
Todo fanhoso
Por traz do surrado balcão
De cedro
Velha tática
Guardada nas Infalíveis prateleiras empoeiras
Vinho de Jenipapo
Jurubeba
Lambedor de cebola roxa
Rabo de galo
Pra garganta ameaçada
Enferrujada
Vejo o que quero
Cachaça limpa
Da boa
Requentada e cozinhada ao calor de quarenta graus
Conhaque de alcatrão
Com mel e limão
Ou mesmo o rabo de galo
Mistura de vinho do padre
Com caninha taquari
Vai timbora diabo dos infernos
Coqueluche
Rouquidão
Venta constipada
Resfriado
Bronquite nos polmes
Rabo de galo
Mistura de cravo e canela
Limão
Alho e gengibre
Mais é do que beberagem
Um alívio pras goelas
Isso sim
É receita da boa
Pros veios
E pras veias
Quem bebe e gosta da mistura de casca de pau
Sabe bem do que estou falando
Uma dose de Pinga barata
Fica uma delicia
A mistura brega
Do fedegoso com jurubeba
Adeus gripe
Febre
Amarelão
E canseira
Lorota vai
Loreta vem
Até agiota esquece
Esquece-se de pressionar
Nas cobranças por vintém
Vejo o que quero
Pra minha gagueira
Cachaça limpa
Da boa
Lá das matas do junco
Conhaque de alcatrão
Mel e limão
Completo rabo de galo
Mistura grossa de vinho do padre
Com caninha taquari
Que eu gosto
Chega de atentar diabo doido
Coqueluche
Rouquidão
Venta constipada
Resfriado
Bronquite nos polmes
Rabo de galo
Mistura de cravo e canela
Limão
Alho e gengibre
Mais é do que beberagem
Um alívio pras goelas
Isso sim
É receita da boa
Pros veios
E pras veias
Quem bebe e gosta da mistura de casca de pau
Sabe bem do que estou falando
Uma dose de Pinga barata
Fica uma delicia
Coisa brega
Xarope de fedegoso com jurubeba
Adeus gripe
Febre reumática
Amarelão
Canseira nos ossos
Lorota vai
Loreta vem
E não é
Que o troço resolve
Até agiota esquece
De pressionar
Nas cobranças por vintém





Q U E S E D A N E C U S T O d e V I D A - Lizaldo Vieira
Meu deus
Tá danado
É todo santo dia
O mesmo recado
La vem o noticiário
Com a
estória das bolsas
Do que sobe e desce no mercado
De Tóquio
Nasdaq
São paulo
É dólar que aume...

 
Autor
Lizaaldo
 
Texto
Data
Leituras
1211
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
2 pontos
2
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 29/07/2012 12:46  Atualizado: 29/07/2012 12:46
 Re: Rabo de galo-Lizaldo Vieira
Uauu amigo poeta uma adega com drinques tradicionais...esses são os melhores para desafogar a alma em determinadas ocasiões.
Gostei esse poema dava uma bela canção daquelas bem mexidas para aquele(a) que tem o dom de cantar.
Abraços
Luzia