Caminhamos fora dos caminhos conhecidos
fora das barreiras asfixiantes
num deserto branco e sem fim.
É preciso correr o risco do perigo
perdermo-nos das fronteiras
abolir os limites do proibido
numa aventura cega
mergulhando na água estonteante das cachoeiras.
O espaço é todo nosso, rasgado
dentro de nós, num abismo de silêncio
que quer gritar. Um núcleo de prazer, para
desbravar até ao esgotamento
das veias pulsantes,
com o exato esplendor da música
cordas distendendo-se
acossadas por dedos tateantes.
Mundo desbordante
De águas poderosas
sibilando como a chuva forte, que
rasga veios na secura extrema.
O impossível intrinsecamente possível
na revelação do estilhaço, dos gestos
iniciais, níveos, mas incandescentes na pele
e que enchem os corpos de forma iniludível!