Querido Violino, hoje a ti me entrego rastejando de braços cruzados... sentindo-me embalsamada por castigo desta vida. Como vês, hoje não posso dedilhar-te, posso apenas encostar o meu corpo ao teu e deixar que me entendas.
Do meu passado, melodias lúgubres já choraste, do meu presente isoladamente assobias sem qualquer nota musical... Só gostaria de saber meu Violino, como me prevês, canta canta:
(O quarto escurecia e a Lua iluminava a garganta forte daquele sábio Violino, enquanto a bela jovem aguardava mais uma das suas canções visionárias. E assim o Violino ditou:)
Um beijo,
um até já,
ou um Teixo
voilá!
Mil anos escuros de saudade,
do toque daquele beija-flor
um sentir sem maldade
mas um sorrir com tremor.
A confiança
será a ligação
não a rede ou a fiança
de um simples 'não'.
Assim eu canto para ti,
este teu fado
minha bela
e sem gaguejar
com um manto de pó que me cobre
peço, chega-te aqui
sabes que não estou enganado
sou fiel à tua tutela
fico noites por nós a uivar
mas antes que me acabe o tempo nobre
termino:
Tenho para ti, minha donzela
um futuro com esperança
só te peço que escapes dessa trela
que te quebra o compasso desta dança.
'Dum vita est pO3tica'
Imagem retirada do motor de busca Google.