Desperto...
Abro os olhos para o mundo
E um pensamento terrorista
Abocanha minha mente:
“Por que me levantar desta cama
E lá fora conviver com espinhos e abrolhos?”
Logo uma lágrima passeia em minha face...
O medo quer fazer-me recuar diante do disfarce
Que é a vida que o homem escolheu para si...
Nova lágrima saltita em meu rosto
E reflito com mensurado e profundo desgosto
De mim mesmo por exaltar a hedionda covardia
Em abandonar o exercício cristão da fraternidade
Que é o egoísmo de imaginar que só eu estarei salvo...
Não! É imperfeição matutar assim...
A pedra dura amolece perante a perseverança,
Meu coração precisa de acreditar na esperança
E, desta forma, não só o meu, mas outros pecados
Poderão ser redimidos com luta, fé, exemplo...
Então... Só me resta levantar-me deste catre
E sentir-me abençoado pela luz de um novo dia!