REFLEXÕES
A INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA, FICARAM TÃO DISTANTES
SINTO-ME, TAL QUAL A UMA ANCIÃ:
AO LEMBRAR FATOS, LUGARES, PESSOAS QUE JÁ SE FORAM
PARECE HAVER UMA DISTÂNCIA CRONOLÓGICA GIGANTESCA!
NA VERDADE, É A PURA NOSTALGIA,
QUE ME INVADE...
SINTO FALTA DE OBJETOS DE OUTRORA
COISAS QUE SÃO OBSOLETAS, AGORA:
O RELÓGIO CUCO, DOS MEUS PAIS, NA PAREDE
DA MINHA MÁQUINA DE ESCREVER, AZUL
DO TABULEIRO DE JOGOS OU DO ‘PEGA VARETAS’, QUE EU E MEU IRMÃO USÁVAMOS...
DA MINHA VITROLINHA, COM UM DISCO DE VINIL,
QUE EU LIGAVA, ASSIM QUE ENTRAVA NO QUARTO.
TAMBÉM SINTO FALTA DAS BRINCADEIRAS DE CRIANÇA:
PIQUES, RODAS, JOGOS, BONECAS...
DA ‘AMARELINHA’ RISCADA COM GIZ COLORIDO, NO CHÃO DO CONDOMÍNIO...
SINTO FALTA DAQUELES QUE CONHECI PELOS ANOS
E QUE NESSE MUNDO NÃO MAIS ESTÃO...
AGORA, SÃO COMO FOTOS DESBOTADAS PELO TEMPO:
IMAGENS DESFOCADAS, BORRÕES...
PARECE ATÉ, QUE TODOS JÁ NÃO ESTÃO MAIS AQUI.
PORQUE HÁ HORAS, QUE SINTO COMO SE FOSSE A ÚLTIMA PESSOA A TER FICADO NO PLANETA
COMO SE O FIM DO MUNDO TIVESSE DEVASTADO TUDO E TODOS.
APENAS EU AQUI... REFLETINDO NA MINHA SOLIDÃO.
TALVEZ ESSE SENTIMENTO PAREÇA COMO UMA VIDA PARARELA, OU COMO SE ESTIVESSE CONTANDO A HISTÓRIA DE OUTRA PESSOA.
TEM VEZES QUE EU NÃO ME RECONHEÇO:
JÁ FUI TÃO FORTE E ATUALMENTE, SINTO UMA FRAGILIDADE DE TAÇA PRESTES A SER QUEBRADA.
JÁ NÃO TENHO AQUELES ROMPANTES REBELDES, DA JUVENTUDE...
TÃO DIFERENTE SOU HOJE!
MAS SERIA BOM TÊ-LOS NOVAMENTE.
UMA FORMA DE CONSERTAR, SEM MUITO TER QUE PENSAR,
O QUE O MUNDO ME LEVOU...
OS SONHOS QUE ELE NÃO ME DEU.
E A CORAGEM QUE ENFIM, SE PERDEU...
FÁTIMA ABREU
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