Poemas : 

Augusto voltará

 
Macacos somos sobre a terra cozida
Mensagem recebida com sucesso na Caixa de Pandora
Para que lado a cidade corre?

A avaliar pelo relógio de Clint, eles estão com uma hora de atraso
Opiniões familiares tão esperadas de látex

Londres está a dar mas Augusto tem um CD melhor para ouvir, fora do alcance da literatura.

A frequência é uma doença que veio tarde.
E a Primavera é uma recompensa que não pensa.

Em estranhos, monstros, verdes, rituais
De pregos, mudanças, lêem, ao lume
SMS, ao dealer, “verdade relativa”.
Augusto, sons ao sol. Acabamos por chegar

Clint recorda a primeira página do Jornal
“La planète dês singes” aqui e agora
A acompanhar dedos urbanos
Porque o Homem é um herói trágico
E dados, esses, não suportamos

Uma velhinha disse a Clint que pensar fazia mal, mas as balas não lhe estragaram o penteado

As coisas estão mesmo beras por aqui, disse Augusto
Fogo e Enxofre vão estrear em Lisboa
E as notícias dão-se à estalada, “Tás a ver?”

Sabes o que é uma sequela? Perguntou Augusto a Clint
Não, disse Clint
Porque é que Ele não está com Ela, perguntou o Pendura
Atrás, a paz, apraz… no Chevrolet

Os Delfins vão assumir o poder amanhã!
Remake…mais ou menos, é sequela
Antes ter sequelas que ter medo

Augusto aperta a mão ao Dealer, finalmente
Eles fazem vista grossa pelo mundo
De fazer tempo, já são horas, já são notas

E os macacos ouvem, altas horas, um ruído
É do autocarro à nossa frente, diz Clint
Não. É o móvel do Dealer
Sem o Dealer, voltaremos, Augusto?
Encheremos os bolsos com canivetes?
Se os cangurus não cagam bolotas
Macacos livros, porque não
Sois homens livres porque sim

 
Autor
NAHCardoso
 
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