Quando me navego no azul dos teus olhos,
feito mar das minhas doces marés,
esqueço tempestades, ignoro vagas intempestivas
de emoções perdidas no sopro do vento
e deixo-me levar no teu melódico marulhar!
Sinto o teu respirar
como brisa que afaga o dorso do mar
e os teus abraços, são a energia
que o meu corpo recebe,
pelo sol refletido na tua pele,
que invade o meu ser, como ondas
de beijos escaldantes
e que as gaivotas, no seu esvoaçar,
refrescam os nossos ímpetos,
com o bater das suas asas!
O murmúrio da tua doce voz,
na suavidade da espuma das ondas,
que se espreguiça na areia,
deixa-me fascinado na alvura
do teu rosto, que se cola ao meu,
numa entrega absoluta de dois corpos
em sintonia com as mentes,
perdidos em total alheamento do mundo.
José Carlos Moutinho