Poemas : 

A Rua da Biroska

 
Tags:  sociedade  
 
A mulher que
o tempo dobrou,
embala a criança
de nome estranho
e ri da miséria
que o pintor Modernista
não pintou.
À sua direita,
na sarjeta comum,
uma moça de saia curta
mostra o que se advinha,
enquanto sonha com o Rapper
que haverá de lhe tirar
daquela vida.
Homens vãos
olham-nas de longe
e talvez lhes imaginem
nuas ou mães
e entre tais desejos
proferem acanhadas grosserias.
Noutra esquina, na soleira
da Biroska,
o neo Revolucionário
proclama a neo Revolução
que a todos redimirá,
mas o seu discurso tosco
não encontra eco no funcionário
da Metalúrgica que arrasta
as pernas cansadas
pelos tantos carros que fizeram.

E no fim, a noite
a todos recobrirá.
Como a vida
sempre lhes fez.


Sentir-me-ei honrado com a sua visita em minhas páginas, nos links abaixo:

www.fabiorenatovillela.com

Blog - Versos Reversos

 
Autor
FabioVillela
 
Texto
Data
Leituras
757
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
0 pontos
0
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.