Malditos sejais!
Todos vós, habitantes do poço da ignorância!
Võs não Me conheceis!
Não julgueis que Me conheceis, seus erros humanos!
Insistis em tornar-me aberração num planeta aberrante,
Num mundo que vós mesmos desabaste...
Destroís-Me os sonhos, a paz, a vida,
Não que a vida, a paz ou os sonhos se destruam com as vossas palavras,
Mas porque a minha Cobardia vos dá ponte para avançar.
Sois belos monstros, ó monges do Diabo!
Sois o que o Diabo, ele próprio, nunca será.
E sois saudáveis dementes, ó criações da Maldição!
Sois o que a Maldição anteveu que o Diabo fosse,
Mas que jamais será,
Porque já existis vós, ó estafermos!
Matai-Me!
Crucificai-Me!
Elevai-Me aos Infernos!
Já o fizeste tantas vezes, repeti-o uma última vez...
Matai-Me!
Não que eu viva ainda, mas para não lhe perder o sentido.
Acabai comigo...
E arrecadai, juntos, a vitória da luz negra do não-ser.
Sim! Porque vós não sois.
E se sois, sois meras tentativas falhadas de Ser!
Deixai-Me Ser, então!
Deixai-Me Viver!
Comei o vosso cérebro, se é que o possuís...
Mas não alimenteis a vossa sombra com a minha Cobardia!
Deixai-Me Ser!
Não Me leveis a Vida que eu não amo,
A mesma Vida que não posso amar,
Mas a Vida da minha crónica existência!
Deixai-Me!...
Deixai-Me no meu marasmo, na minha sorte...
Não preciso de vós, ó inutéis, para Me aniquilar.
Já me basta, para isso, a Só Minha Querida Morte!<br />Quando Tudo o que nos rodeia, parece mergulhado num abismo de tal forma profundo, que Tudo isso nos é abominável! Quando Odiámos todo e qualquer ser por não respeitar os nossos Sonhos, as nossas Formas de Estar e de Ser, o nosso EU... Quando os Outros são apenas Outros, porque não Chegam a ser Alguém