Um dia em 1966 casei com uma amiga e companheira de partido, que deixou estas prerrogativas de lado para ser o meu amor.A chamava de Bié por influencia obvia de Jorge Amado e sua Gabriela, porém, mais por achar carinhoso gostoso de ouvir e falar havia uma sonoridade erótico-romantica para mim no nome.A minha Bié nada tinha do mestre Jorge Amado, branquissima, olhos esverdeados e um corpo de jovem madona cheia sem ser gorda, o que chamariamos gostosa, tivemos um amor que durou gostosamente 6 anos, de casamento 4 sendo 3 fazendo parte do "gostosamente".Fomos viver na linda Rio de Janeiro, não haveria cenário melhor para nosso amor quase adolescente, fomos amantes adolescentes, namorados adolescentes, adolescentemente casados.Não descobriramos em nós a palavra não...e fui feliz e sem cobranças neste periodo, por mais pancadas que a vida me desse juntos sempre tratamos como brincadeira, fui brindado pela vida com este amor que me marcou, anos depois ouço a música nostalgica de Gil Drão e lembro de Bié ... nos vimos e nos falamos raramente depois da separação.Sabe Bié a vida nos poupou de sermos adultos nesta época, seriamos um pouco amargos, quem sabe nos puniriamos pelo avesso da rota da vida que nosso casamento nos deu ... fico grato de ter você na lembrança Bié ... nada mais doce que você para morar em meus sonhos.
Que meu abraço sempre encontre o seu sorriso e suas covinhas esteja onde estiver ... um beijo Bié .Boa tarde.
Carlos Said
Inverno de 2012