- Des Menschen Seele Gleicht dem Wasser: Vom Himmel kommt es, Zum Himmel steigt es, Und wieder nieder Zur Erde muß es, Ewig wechselnd. GOETHE
Como um murmúrio longínquo
Surpreende-me os ecos
Vibrantes da paisagem
Que me domina em perceção e sonho
Assaltam-me reminiscências da vida
Cenas trágicas e líricas
Ordem e desordem
Suavidade e violência
Receio e coragem na espuma dos dias
Luz e trevas em clareiras de luz sombria!
Abro os olhos
Ainda envolta na bruma noturna
Ouvindo o murmúrio dos regatos,
Na polpa colorida do horizonte da aurora
Suave perfume campestre
Frescura do orvalho que caiu
Pela calada da noite!
As árvores erguem-se num amplexo
Oferecendo-se ao sol
Desafiando a distância
Sobre a transparência iluminada
Nas águas quietas.
Sinto multifacetados estados de espírito
O mar repousa no regaço
Lúcido do poente
Há tranquilidade e intranquilidade
Movimento doce e instável
E as formas emergem
Com o rosto vagamente desfeito
Pelo véu da neblina que as abraça!
À noite vem o prodígio
A teatralidade e o transcendente
Onde brilham fogos sangrentos
Labaredas inflamadas
Luz fascinante e violenta
Limbo abrasador de sonhos feiticeiros!
As sombras adormecem nos rios do horizonte.
Magia e quietude,
Calor do ventre da terra
Recriado entre mãos
Sonho diáfano das viagens maravilhosas
Às fontes da luz cúmplice da lua
Aos castelos mágicos dos dias que virão
Às longínquas arquiteturas do futuro
Às seivas ocultas a irromper
Palpável substância de súbitos arco-íris
Numa explosão de mundividência íntima
Osmose e cântico,
Turbilhão de sentimentos,
Paixão e ascensão
Voo, perfume e mistério!
Julho - 2012