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PENA DE MORTE - ensaio - 5º parte

 
(CONTINUAÇÃO)

- Lá voltamos nós ao mesmo... vê se entendes. Imagina, numa festa, um indivíduo "bebeu mais do que a conta", mete-se no carro e despistou-se matando uma família que esperava o autocarro. O que dizes?
- O mesmo. O indivíduo é condenado e o seguro paga tudo.
- Quê?!
- Anastácio lançou-lhe um olhar incrédulo.
Saíram ambos e desceram pela ladeira que levava à estreita ponte de ferro. O fim da tarde estava claro e o ar tinha arrefecido.

- Estava a brincar... sorriu - o indivíduo vai preso e a família lixou-se.
- Achas bem?
- Claro que não,
- retorquiu Alexandre, num último esforço de argumentação - mas o homem também não o fez conscientemente, estava bêbado. –
- Pois aí é que tu erraste! O homem bêbado nunca conduziria carro algum. Todos nós sabemos quando estamos com o "grão na asa".
Sem se deter - O que nos faz conduzir bêbados é saber que se tivermos um acidente, o máximo que apanhamos são alguns anos de "chilindró", a comer, a beber, a ler, a ver televisão, etc., etc. Mas se a lei condenasse à morte neste caso, já este homem não conduziria e tinha chamado um táxi.
- És capaz de ter razão...
disse Alexandre, enquanto atirava uma joga sobre as águas do rio.

FIM

 
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FernandoPitada
 
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