Deu trabalho colocar aquela lua
acima dos prédios, mas foi legal,
o amarelo é sempre mais intenso que a ladeira,
como eu roubo o que resta de orgulho
no cadáver.
Eu não tenho mais saco p'ra falar
de pássaros e de anjos, quero porrada
e palavrão confessando o amor,
quero sangue e revólver na cara
p'ra deixar claro o quanto amo
incorretamente apaixonado entrego a alma ao abandono.
Eu não piso salmos inéditos e claves esféricas
nos campos de morangos sinfônicos de cor,
o vermelho que conheço é do sexo solitário
que afunda o meu carro desabalado
na vontade de um dia ter você.
Velhos socorros acordam papagaios
tudo é possível a musa dança nua d'entre as velas do velório
e o panfleto da revolução anuncia
obscuridades do espírito que a moda não traduz,
porque o parentesco da primavera é com o bordel e o desastre.
Sanduíches e grelhados sorteiam roupas do couro da verdade,
aonde vou mantenho o crédito do sonho,
último bandido romântico levo da festa
dígios incompreensíveis e a alma perdida do menestrel
que abandona até a rima
de tanto morrer de amor só por você
[size=medium]Eriko y Alvym[/size]