Oiço palpitar entre gritos sem voz
meu coração que outrora foi fechado
e que hoje mais parece um velho algoz
de gente sem fé, lábios cerrados!
Há gentes, outras gentes e eu tão só!
Há também um violino, triste melancólico,
que geme sem paz em alta voz ...
Então, que eu morra aqui, alcoólico!
Hoje sinto rejeitada a minha inspiração
que até ela tão profunda
já me parece ser um nada tão em vão!
Vou adormecer uma vez mais sem sorte
pois repouso no meu leito esta noite
e apenas posso pentear a morte!
Ricardo Louro
num concerto de musica clássica
do ciclo de "musica ao largo"
no largo do S. Carlos
no Chiado de Lisboa ... e eis que surgiu
este Soneto!!!
Ricardo Maria Louro