Transpus os mares insondáveis da imaginação,
Águas plácidas enfeitavam uma paisagem de cristal,
No silêncio ensurdecedor da vitrine ambiental
Fiz confidências que alimentaram minha inspiração.
Aves canoras quebravam a quietude soberana
E a melodia traduzia a sensibilidade do divino,
Asas douradas ruflavam de par em par sob o sol a pino,
Depois despencavam solitárias no solo úmido de porcelana.
Nuvens carregadas e inteligentes salpicavam no céu bordado
Caricaturas estelares que desfilavam lado a lado
No imenso anfiteatro onde a lua aparecia ainda obscurecida...
Sensações amorfas inundavam o cenário multicor
Espalhadas pela brisa que distribuía emanações de amor
No âmago de uma fronteira circunstancialmente esmaecida!