Poemas : 

Depois da tempestade

 

Que memória restará do clarão branco
do relâmpago que acende a imensidão noturna
quando a voz cega do trovão
rugir sobre o dorso sombrio das colinas?

E das águas que caem em bátegas possessas
saciando a sede profunda das valetas,
que recordações sobrarão pela manhã
quando o sol se incendiar num aforismo de luz?

Gastei todas as vidas a atravessar pontes
só para ver se me esperavas do outro lado do rio.
Com que mãos vou agora agarrar a eternidade
sabendo que nada restará da transparência do teu rosto
depois de passar o cortejo fúnebre da tempestade?


 
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Runa
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 06/07/2012 23:31  Atualizado: 06/07/2012 23:31
 Re: Depois da tempestade
Algumas tempestades deixam apenas dor e destroços espalhados na alma. Outro maravilhoso poema. Muitos parabéns, Runa. Abraço.

Enviado por Tópico
Liliana Jardim
Publicado: 07/07/2012 01:06  Atualizado: 07/07/2012 01:06
Usuário desde: 08/10/2007
Localidade: Caniço-Madeira
Mensagens: 4420
 Re: Depois da tempestade
Ola Runa

Um poema brilhante que nos provoca nostalgia e melancolia, mas que gostei de ler

Beijinhos
Tudo de bom para ti poeta

Enviado por Tópico
Vania Lopez
Publicado: 08/07/2012 01:10  Atualizado: 08/07/2012 01:10
Membro de honra
Usuário desde: 25/01/2009
Localidade: Pouso Alegre - MG
Mensagens: 18598
 Re: Depois da tempestade
Até me calo. bjs

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 09/07/2012 01:32  Atualizado: 09/07/2012 02:00
 Re: Depois da tempestade
*
ardem nos meus lábios
os clarões dos raios
as palavras amorosas morrem
na saliva da minha boca
da tempestade emudecida

a noite se veste de dia

a memória teima e grita
quer ser da Lua
não quer do Sol a guarida

minhas mortes tecem procelas
no molhado da minha face

sou verso natimorto
e a tempestade é só um detalhe
nesse amor deposto...K*

Divaguei legal...rsrsrs
Tua escrita é fascinante!

Beijoka*


**VOLTA LOGO**

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 31/07/2012 22:05  Atualizado: 31/07/2012 22:05
 Re: Depois da tempestade
‘Depois da tempestade...
Com que mãos vou agora agarrar a eternidade... ’

Oi, lendo teus versos faço uma analogia entre a paixão e o amor...
Com as mesmas mãos que tocaste com paixão, tocarás e reterás o amor – eterno. E na lembrança guardarás para sempre a transparência do rosto que estará sempre – do mesmo lado do rio – aquele rio que juntos atravessaram: a paixão e o amor...

“[...] vais ver que nem dás pelo tempo... [...]”.

Inté, te abraço.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 01/08/2012 03:37  Atualizado: 01/08/2012 03:37
 Re: Depois da tempestade
Avisto ao longe raios e trovões que já vão anunciando a tempestade em outro sítio!
Essa é a sina da tempestade...
Magnífico!
(Abraços)
Lápis