Canto I
De tanto cantar nortada
de tanto chorar a vida
Pus a traineira encalhada
na doca da despedida.
Na doca da despedida
vou ensaiando o adeus
hoje, amanhã, sem guarida,
vou matando os sonhos meus.
Vou matando os sonhos meus
em caminhos tão diversos
à espera que os olhos teus
Deem valor aos meus versos.
Deem valor aos meus versos
lancem meus versos ao mar
Mas os teus olhos travessos
Nem sequer sabem olhar.
Maria Helena Amaro
Inédito, novembro 2004.
http://mariahelenaamaro.blogspot.pt/2012/07/canto-i.html
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