Descortino cenas no olhar
opacas a minha contemplação,
coisas cá que estou sempre a guardar,
imagens quase sem coloração
que cuidou o tempo de desbotar,
relíquias quase perdidas,
detalhes de uma vida
que insisto em restaurar
cores que intensamente sonhei
e no abandono tornaram se irreais...
coisas que eternizei em meus enganos,
nitidez que o tempo desfaz
inexatas ganham cores rebuscadas
um que de exagerado
como é oneroso trazer ao presente
a exatidão do passado...
meu apego...ah, as silhuetas
que nas sombras se fazem discretas
consumindo minha ampulheta
em passagens secretas...
honey.int.sp