Chega o bilhete
No correio da manhã
Na ranhura estreita das boas novas
Por onde as piores dores não passam.
Recebeu noticias do berço
De nós, que disse adeus
Agarrado ao terço
De noticias menos cínicas.
Acredita, nunca disse nada
Com sentido, para que um dia
Não se pudesse replica nada
Do que fiz um dia.
Não me edites, dói pouco
Estar tão ligado ao suporte vital
Da indústria que já fomos.
O teu papel reciclaste
Do meu: não recebi a tua carta
Que com saliva selaste.
Sou cego, surdo e mudo de emoções.
Só estou contigo
Porque não existimos.